LIMA: violência liberal e violência revolucionária

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Violência liberal e violência revolucionária

(1) Debatemos exaustivamente o impacto no real dos discursos de incitação ao ódio de Jair Bolsonaro e Rachel Sheherazade;
(2) Depois que Sheherazade defendeu os “justiceiros do Flamengo”, dizendo que amarrar um adolescente no poste era “até compreensível”, uma onda de linchamentos teve início: (i) um jovem negro foi espancado e morto no Espírito Santo (ii) uma mulher foi espancada e morta em São Paulo;
(3) Nenhum deles era culpado;
(4) Na lógica do Estado Policial, a suspeita justifica o extermínio;
(5) O Repper Fiell afirma que na favela não morrem trabalhadores, porque trabalhadores, quando morrem, são transformados em bandidos;
(6) Robespierre dizia que “quem treme é culpado”.
(7) Neste ponto, a justiça revolucionária encontra a lógica punitivista do Estado Policial;
(8) São extremos onde é difícil definir a orientação política;
(9) Bandido bom é bandido morto;
(10) Burguês bom é burguês morto;
(11) Será que a violência da esquerda revolucionária é mais pura? Mais aceitável?
(12) Será que a única via da violência revolucionária é o terror?
(13) É importante desfetichizar a violência: vivemos numa estrutura que, para se sustentar, exige uma violência permanente, chamada “pacificação”;
(14) Mas a violência revolucionária também precisa emergir como extermínio?
(15) Para Zizek, violência é aquilo que perturba o ritmo natural das coisas. Algo que interrompe o fluxo natural das coisas;
(16) Desta forma, a violência revolucionária seria interromper o fluxo da violência econômica e policial, que estão naturalizadas;
(17) Exterminar pessoas, como se essas fossem capazes de encarnar o sistema econômico ou o Estado Policial, é reproduzir a dinâmica liberal da violência. É reproduzir os piores erros da história da esquerda revolucionária. Erros que, ainda hoje, servem para deslegitimar o discurso mais radical e nos isolar em paridos « nanicos »;
(18) Insistir no uso dessa violência contra mulheres e a população negra, ainda que estas sejam entendidas como “burguesas” (é hora de parar de hierarquizar opressões!), não é uma ruptura de moldes revolucionários; é a repetição da violência liberal;
(19) A violência revolucionária é a violência política, não é violência física, matar pessoas, mas o contrário: uma violência capaz de interromper o fluxo da violência liberal.

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